FUNÇÃO DA DOR E DO SOFRIMENTO na VISÃO ESPÍRITA

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Visão Espírita – Por Flávio Schuh

A dor é uma sensação desagradável que serve como um alerta de que algo dentro de nós não vai bem ou, que certos comportamentos estão nos causando danos. São temas pouco discutidos na sociedade moderna, cuja tônica principal, é evitar as dores e os sofrimentos a qualquer custo.

A dor e o sofrimento não são inúteis, nem considerados como resultantes do acaso, pois obedecem ao mandamento natural da evolução do espírito imortal. Compreender estas leis naturais é possibilitar o autoconhecimento.

No campo da espiritualidade as diferentes correntes religiosas e filosóficas têm percepções diversas sobre o significado da dor e do sofrimento humano.

Segundo a doutrina espírita, eles são percebidos de maneira positiva por representarem à possibilidade de crescimento e purificação do espírito, através do resgate de erros cometidos no passado. A dor é considerada como o aguilhão que impele o homem para a frente, no caminho do progresso.

A dor, neste sentido, leva a introspecção e a reflexão, ajudando a vencer as paixões. É considerada como o caminho do aperfeiçoamento, mas compreendendo esse aperfeiçoamento em um sentido mais amplo – pessoal, intelectual, moral. O livre arbítrio proporciona a opção por como e quando agir, e este agir pode liberar o espírito do sofrimento ou incitá-lo ao mesmo.

A dor não deve ser vista como uma punição, mas como um mecanismo da vida a serviço da própria vida. Considere o sofrimento como uma doença da alma, que ainda se atém às sensações e que escolhe direções e ações que produzem desequilíbrios.

Ao procurar fugir, escamotear, anestesiar o sofrimento, são utilizados mecanismos de alienação que resultam em preterir a realidade, somando-se a isso a sobrecarga de complicações em razão do tempo perdido (o tempo é nosso maior patrimônio).

As dores e sofrimentos são vistos como corretivos aos abusos cometidos no processo de viver; possibilitam a transformação dos vícios em virtudes. A dor não precisa ser procurada, mas quando esta ocorrer, deve ser acolhida e analisada, procurando tirar dela os ensinamentos que traz, o que ela quer nos dizer! A coragem em suportá-la, cria a resignação, que nos faz crescer espiritualmente.

Para a doutrina espírita, reagir com ira, violência e rebeldia ao sofrimento, contribui para que este se amplie, proporcionando novas desarmonias. A dor física alerta de que algo não está funcionando corretamente na máquina orgânica e, a dor moral, apresentada através do medo, angústia, ansiedade, insegurança, desespero, entre outros, aponta desequilíbrios do espírito, na nossa individualidade.

A Doutrina coloca ainda que, o sofrimento pode ser em função de expiação, provação ou missão. A expiação refere-se às transgressões às Leis Divinas, em que os danos cometidos deverão ser reparados. A subida evolutiva, demanda trabalho, esforço, isto seria a provação e as dores em missão, se originam nas tarefas assumidas por seres mais evoluídos.

Existem pessoas sofredoras que são consideradas conformistas. Perdem o entusiasmo, a alegria pela vida, consideram-se derrotadas, vencidas, sentem-se incapazes de assumir o que acontece em suas vidas. Por outro lado, há aquelas que sabem, de alguma forma, sofrer, ou seja, a revolta não se faz presente, os obstáculos são enfrentados através da mobilização de suas forças. Conseguem tirar o positivo das dificuldades que enfrentam.

Em resumo, toda tecnologia moderna, através do seu avanço, pesquisas incessantes, descobertas fabulosas, ainda não consegue cercear o desespero que o ser humano sente diante dos sofrimentos.

Desta forma, a dor e o sofrimento necessitam ser percebidos nas suas diversas dimensões – física e espiritual. Basta observar que os médicos terrenos, ainda fracassam na maioria das doenças, isto porque, tratam apenas os sintomas do corpo físico, sem considerar as causas, cujas origens estão na alma.

  • Baseado no Livro: “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, de Leon Denis.

FIQUEM COM DEUS!

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