A Defesa Civil de Lajeado participou de uma visita técnica à barragem 14 de Julho, localizada em Cotiporã, da Companhia Energética Rio das Antas (Ceran), que fica no Rio das Antas, afluente do Rio Taquari. A visita foi realizada nesta quarta-feira, 24/01, em parceria com demais equipes de Defesa Civil da região. O objetivo era esclarecer o funcionamento da usina energética.
As equipes foram recepcionadas na Casa de Cultura de Cotiporã para esclarecimentos técnicos sobre o funcionamento das três usinas situadas no Rio das Antas: Castro Alves, Monte Claro e 14 de Julho. A conversa foi conduzida pelo Diretor Superintendente, Peter Eric Volf, e pelo Gerente de Operação e Manutenção, André Akashi.
Na sequência, o grupo de integrantes de Defesas Civis, imprensa e prefeitos visitou a barragem 14 de Julho. O local possui um reservatório de água, duas usinas de geração de energia e duas comportas. Conforme o Diretor Superintendente, a usina não foi construída com a função de reter água e interferir em caso de cheia do rio.
– Toda água que chega até a usina também sai. Não há interferência na vazão de água, já que todo o volume que chega até ali também passa pela barragem. A usina foi projetada para suportar essa vazão, então ela não tem capacidade de absorção de cheias. A característica dela é: toda água que chega deve sair – explica Volf.
As comportas se abrem quando a água alcança um nível em que começa a haver uma lâmina da água por cima da estrutura. Com a abertura das comportas, o rio retoma sua vazão normal, ou seja, sem interferência da barragem. No local, em dias comuns, a vazão da barragem é de 250 metros cúbicos (m³) por segundo. Na enchente de setembro de 2023, chegou a 15 mil m³ por segundo – uma vazão 60 vezes maior.
A Ceran tem dados de monitoramento do aumento ou não da vazão de água na barragem. Essas informações são compartilhadas com as Defesas Civis da região e podem auxiliar no monitoramento do nível do rio Taquari. Conforme o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Gilmar Queiroz, o fornecimento de dados e informações é essencial em momentos críticos como os enfrentados em 2023.
– Foram esclarecimentos técnicos sobre o funcionamento das barragens que são essenciais para ajustarmos os nossos alertas e formas de prevenção. Foram muitos aprendizados que podemos levar para o Vale do Taquari – avalia Queiroz.