“Ainda engatinhamos em Segurança do Trabalho e no eSocial, e isso representa grandes perigos”

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Especialista nacional em Saúde e Segurança do trabalho (SST), Rogério Luiz Balbinot alerta para riscos do eSocial para a saúde financeira de empresas em Reunião-Almoço da Cacis

 

Estrela – A terceira edição da tradicional Reunião-Almoço da Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio de Estrela (Cacis) foi realizada na manhã da última sexta-feira, (13), na Società Italiana Fiori Dei Piani. O evento reuniu mais uma vez empresários e lideranças sociais, políticas e comerciais da região em torno de um tema estratégico para a gestão empresarial: a Saúde e Segurança do Trabalho (SST) e as exigências do eSocial. A pauta foi trazida aos presentes pelo palestrante Rogério Luiz Balbinot, engenheiro em segurança do trabalho, com grande experiência na área e atuação em todo o País, atendendo grandes empresas nacionais e multinacionais.

 

Mais de 110 pessoas acompanharam a explanação de Balbinot, diretor das empresas RSData e da Consetra, que apresentou um panorama atualizado sobre as obrigações das empresas no âmbito da Segurança do Trabalho e eSocial, com foco nas consequências da má gestão de dados. “E o eSocial é uma nova forma de registro dos eventos trabalhistas e previdenciários”, explicou, inicialmente.

Ele detalhou os riscos de penalizações tributárias, previdenciárias, civis e trabalhistas, reforçando a importância de uma atuação preventiva e estruturada. “Ainda engatinhamos na Segurança do Trabalho e no eSocial, e isso representa grandes perigos”, diz. “A sustentabilidade do ambiente de negócios exige uma acurada avaliação das informações estratégicas de segurança e saúde do trabalho na mensageria enviada para o ambiente nacional do eSocial”, segue. “A legislação atenta ao que está escrito, registrado, e não ao que queremos ou imaginamos. Uma vírgula apenas, mal colocada, ou número errado enviado, muda tudo, e o perigo é grande.”

 

Responsabilidade gigantes

Balbinot inclusive reservou espaço de destaque para os pontos de diferenças entre a legislação trabalhista e previdenciária no SST. Com base em sua experiência técnica e participação ativa na construção das diretrizes nacionais do tema, sendo que possui mais de 20 anos de atuação na área (é membro ativo dos Grupos de Trabalho /GT-Confederativo e GT-Fenacon/ e coordenador nacional do grupo das empresas piloto), o especialista destacou as responsabilidades que recaem sobre os gestores e os principais erros que ainda comprometem a conformidade das empresas. “Muitos dados ainda são inseridos no eSocial com falhas, despreocupação por parte de quem faz, e sem fiscalização do gestor, o que pode comprometer seriamente a sustentabilidade dos negócios”, alertou.

Cola e copia

E seguiu. “Hoje muito ou quase tudo ainda está na base do Ctrl C, Ctrv V. O ‘robô’ vai te pegar. Eles e a Receita Federal são muito eficientes. Se tu sonegar R$ 1 ou passar alguma informação errada, seja por conta de uma vírgula mal colocada, eles vão te pegar e as multas serão pesadas”, alerta.

Multas pesadas

“Hoje quase ninguém escuta mais falar em eSocial. Por isso a despreocupação de muitos. Esperem os dois próximos anos, ou melhor, a partir de 2027. E eles não vão pegar os pequenos inicialmente, até para não alertarem os grandes e dar tempo destes se adequarem. Vão começar já pelos grandes, onde está a maior fatia, mas depois os pequenos também vão sofrer, pois terão investido ainda menos nos processos necessários”, disse ele, ao trazer exemplos de empresas que sofreram grandes prejuízos ultimamente em razão do descuido.

Solução  

“Atenda e entenda sua empresa antes de enviar as informações ao eSocial. Faça a gestão de seus processos e aplique o ‘PDCA – Planejar, Fazer, “Checar” e Agir’ a fim de garantir a consistência de informação”, ensina. “Quanto mais registros, mais informações registradas, melhor. Maior é a segurança. Fez algo na escada? Tira uma foto, de quem fez a obra. Antes e depois. Ferramentas diversas, como o caso dos softwares, estão aí para serem utilizados. É preciso saber usar, ter vontade e dedicar um pouco de tempo para isso”, frisa.

Papel orientador

A Reunião-Almoço reforçou o papel da Cacis como fomentadora de conhecimento e espaço para atualização dos empresários locais sobre temas sensíveis à competitividade e à segurança jurídica e comercial.

Fonte e foto: Rodrigo Angeli/AI Cacis

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