Segunda edição do certame desde que foi retomado com apoio do Governo de Estrela no ano passado, teve entrega dos troféus, medalhas e prêmios em dinheiro aos melhores da temporada, e deixou a certeza do fortalecimento da modalidade e campeonato
Uma confraternização entre as equipes destaques, apoiadores e organizadores marcou a entrega da premiação do Campeonato Municipal de Bocha de Estrela. A segunda edição do certame desde que foi retomado no ano passado, então com apoio do Governo de Estrela através da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setcel), reuniu dez elencos da cidade e do interior, como também mistos. Atletas das quatro melhores equipes como também representantes das demais e autoridades participaram da confraternização, realizada na sede do Alto da Bronze, local sede daquela que também foi a última rodada e definiu o campeão.
A disputa ocorreu de agosto a dezembro, em um total de 16 rodadas. Ao todo foram cerca de 180 atletas divididos nas dez equipes de clubes e comunidades da cidade e do interior, sendo algumas mistas, reflexo da união de duas ou mais associações. A final envolveu as equipes do Aimoré, da Delfina, e do Auxiliadora, este vitorioso por 2 a 1 e 2 a 1; 4 a 2 no total. Boa União foi o terceiro colocado e o grupo do Bairro das Indústrias o quarto.
Com apoio do Governo através da Setcel, mas organizado por Ademir Clairton Auler, o “Caio”, como é mais conhecido, e pelo vereador Ernani de Castro, o Municipal é tido como um embrião para o fortalecimento da modalidade de forma mais organizada. “Trata-se de um resgate de uma tradição. Não apenas um resgate, mas uma sobrevida. A bocha vai enfraquecer se não fizermos algo. E ela faz parte de nossa cultura, é adorada por muitos, atravessa gerações, mas precisa ter mais espaço, oportunidades para sua prática, como o que se viu no Municipal”, destaca Caio. “O Municipal foi um interbairros, um intercomunitários, uma verdadeira integração. Foram oito equipes no ano passado, e este ano já foram dez. Quem sabe em 2023 serão 12”, lançou ele o desafio aos presentes, lembrando ser também o Municipal a base para a presença de Estrela no Regional, que deve iniciar em fevereiro. Este ano, os representantes do município foram terceiros colocados, atrás apenas de Lajeado e Arroio do Meio, cidades onde a modalidade é um pouco mais popular.
Ernani de Castro também falou aos presentes. “Bocha é um sinônimo de integração. Um esporte que potencializa as amizades porque basicamente não depende de sorte, nem muito da decisão de juízes, da tecnologia, ou mesmo que acaba envolvida em decisões obscuras que sempre criam problemas, como vemos em outras modalidades. É um esporte disputado naquele espaço apenas, olho a olho, dependendo basicamente da qualidade de seus participantes, por isso muito justo, fiel, e tão apaixonante”, comentou o vereador. “E acredito que os participantes tenham aprovado. Não tivemos queixas, e a ideia é termos a terceira edição no segundo semestre de 2023, quem sabe com mais participantes, mas sempre na busca de uma maior qualidade técnica em cancha, e de organização ainda melhor fora dela”, concluiu.
Premiação
Além de troféus e medalhas, foi repassado prêmio em dinheiro aos quatro melhores. Os campeões do Auxiliadora levaram R$ 800. O Aimoré da Delfina ficou com R$ 600. Boa União e Indústrias com R$ 400 e R$ 200, respectivamente. “Não sei de outro municipal que além de troféus e medalhas repassava prêmio em valores”, comentou o vereador Felipe Schossler, o “Pinho”, que disputou o campeonato pelo Aimoré, da Delfina. “Mais um exemplo dessa integração”, respondeu ele às brincadeiras por não ter jogado pelo Auxiliadora. “Acima de tudo tivemos um campeonato de excelente nível técnico. A pressão na hora do jogo faz parte, mas a educação, bom acolhimento e clima de diversão reinaram”, finalizou.
O titular da Setcel, Joel Mallmann, e o vice-prefeito João Carlos Schäfer participaram da integração. “Isso aqui é saudável, e a pandemia, que fez muitos ficarem dentro de suas casas, na impossibilidade de praticarem seu esporte predileto, seja a bocha ou outro, mostrou como estes momentos são importantes. Por isso devemos valorizá-los”, destacou. “E a prática do esporte entre amigos, familiares, conhecidos de nossas ruas e comunidades, em um clima saudável, é um convite para que jovens como os que aqui hoje sintam-se entusiasmados em sair da frente da TV, largarem os celulares e também praticarem”, frisou Schäfer, ao apontar para alguns jovens e crianças presentes ao evento.
Futuro
Entre os jovens estava Gabriel Kafer. Vestido com o uniforme do Aimoré, disputou pela primeira vez um campeonato de bocha, já que agora completou 18 anos. E já levou uma medalha para casa. “Meu pai me apresentou a bocha. Sempre acompanhei ele. E sempre joguei com ele, meu primo, familiares, há muito tempo. Na verdade, desde que aguentei o peso da bocha”, disse o tímido rapaz, cercado de crianças animadas com a cancha livre para uns momentos de treino.