O projeto de extensão Vem pra Cá, vinculado ao Programa Arte, Linguagem e Memória da Universidade do Vale do Taquari – Univates, ensina português como língua adicional a imigrantes e refugiados que vivem em Lajeado. Desde que foi criado, em 2014, cerca de 850 pessoas já participaram das aulas de português gratuitamente. Neste ano, as atividades iniciaram no dia 25 de março, com aulas no auditório da Secretaria da Saúde (Sesa).
Em 2025, 20 pessoas participam do projeto, oriundas do Haiti, da Venezuela, de Taiwan, de Benin, de Cuba e da China. Os alunos provenientes de diferentes países são, em sua maioria, bilíngues ou multilíngues.
De acordo com a coordenadora do projeto, professora Maristela Juchum, o desconhecimento de uma língua gera grandes dificuldades para que os migrantes e refugiados consigam se inserir nas práticas sociais das quais necessitam fazer parte quando chegam à região. Para além da aprendizagem da língua, as ações do projeto demonstram a importância do olhar sensível e da escuta atenta às necessidades básicas dos indivíduos que buscam, no conhecimento da língua e da cultura do País, a possibilidade de estabelecer novos vínculos e de melhores condições de vida.
As atividades realizadas nas aulas valorizam a bagagem cultural de cada aluno e incentivam a troca de ideias. Cada aluno compartilha com a turma um pouco de sua cultura, ao mesmo tempo que compreende os costumes brasileiros e a língua portuguesa.
*Como participar*
As aulas do projeto Vem pra Cá são semanais e ocorrem às terças-feiras, das 9h30min às 11h30min. O auditório da Sesa está localizado na Rua Alberto Torres, 452 – 5º andar, no Centro de Lajeado. Para participar, basta ir ao local da aula com um documento de identificação.
O grupo de professores e voluntários planeja unidades didáticas com base em temáticas que sejam do interesse dos alunos e que propiciem a eles ser cidadãos, como trabalho, saúde, alimentação e cultura. Neste ano, o primeiro caderno tem como tema “Saúde e Bem-estar: quais são os meus direitos?”, tendo por objetivo trabalhar o ensino da língua portuguesa e também orientar os imigrantes em relação aos direitos à saúde pública.
*Saiba mais*
No Vale do Taquari vive um número expressivo de refugiados e migrantes de diferentes nacionalidades, em especial senegaleses, haitianos, angolanos e venezuelanos. Segundo dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra), desde o ano de 2000, 2.146 migrantes obtiveram o Registro Nacional Migratório como habitantes do município de Lajeado. Essa nova realidade, em um processo de migrações, fuga de áreas em conflito e de miséria, instaurou, entre outras demandas, a necessidade de implementação de projetos que visem ao ensino do português como língua adicional.
Texto: Redação/Univates
Foto: Divulgação